A cada ano, durante a campanha "Outubro-Rosa", a campanha Pink Ribbon divulga os princípios da prevenção do câncer de mama, enfatizando um estilo de vida saudável e o diagnóstico precoce.

Com relação ao primeiro princípio, não há nada a dizer, até por ser um conselho de bom senso sobre nutrição e atividade física, já em relação ao segundo, deve-se acrescentar informações que, por uma razão ou outra, muitas vezes são omitidas.

As informações geralmente relatadas são:


- Se todas as mulheres fizessem prevenção, a batalha contra o câncer de mama seria ganha.
- Dependendo da idade, várias intervenções de diagnóstico precoce são recomendadas.

"O câncer de mama é uma batalha que poderia ser considerada vencida se todas as mulheres fizessem check-ups regulares e adotassem um estilo de vida saudável.

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DIAGNÓSTICO PRECOCE

Auto-palpação: auto-observação do peito com palpação, a ser realizada regularmente a partir dos 25 anos de idade, nos dias seguintes ao ciclo menstrual.

Visita clínica: recomenda-se ir uma vez por ano a partir dos 25 anos de idade em um centro qualificado.

Mamografia: Exame radiológico da mama, recomendado a partir dos 40 anos uma vez por ano, associado à ultra-sonografia se aconselhado pelo médico.

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Você pode fazer uma visita gratuita ao médico e solicitar uma consulta com o nutricionista, sem reservas e sujeito à disponibilidade.

Porque o câncer de mama, com diagnóstico precoce, pode ser derrotado".
Fonte LILT

Estas são as sugestões fortemente promovidas pela campanha. As informações que não são ditas, seja explicitamente ou em alguma nota marginal, são sobre os riscos do diagnóstico precoce.

Da mamografia à simples auto-palpação, pode ser visto que um excesso de triagem feita em pessoas saudáveis, muitas vezes acompanhado de um certo grau de apreensão, pode levar a excessos prejudiciais de diagnóstico e de medicalização.

O controle excessivo leva a intervenção excessiva.

E isto está acontecendo de uma forma cada vez mais evidente, por um lado, pela rápida evolução tecnológica que torna os exames clínicos extremamente sensíveis e, por outro, porque os tratamentos para doenças avançadas são cada vez mais eficazes, e isto reduz a vantagem que a detecção precoce teria.

Com relação à triagem em massa de mulheres saudáveis através da mamografia, já tivemos a oportunidade de entrar em detalhes em várias ocasiões. (ESP)

Em relação aos controles que uma mulher pode realizar sozinha, diariamente, através da auto-palpação mamária e controles clínicos estritamente preventivos, relato uma revisão sistemática da Cochrane que, mais uma vez, adverte sobre os riscos potenciais dessas práticas:

"O auto-exame ou exame das mamas por um médico ou enfermeira tem sido promovido há muitos anos como método de triagem para a detecção precoce do câncer de mama a fim de reduzir o risco de morte por câncer.

Esta revisão procurou estudos metodologicamente bem elaborados para avaliar esta abordagem e encontrou dois grandes estudos envolvendo 388.535 mulheres, que compararam a eficácia do auto-exame com a opção sem nenhuma intervenção.

A revisão desses dados não revelou nenhum efeito positivo do controle preventivo em termos de mortalidade.

Estudos demonstraram que as mulheres que se examinaram foram submetidas quase duas vezes mais a biópsias, com 3406 biópsias em comparação com 1856 do grupo não controlado.

O único estudo em grande escala que investiga a eficácia da auto-palpação versus visitas a clínicas foi interrompido durante o curso do trabalho devido à má qualidade da coleta de provas, e portanto nenhuma conclusão pode ser tirada deste estudo

Algumas mulheres continuarão a se examinar e querem aprender a técnica.

Sugerimos que a ausência de evidências para apoiar a eficácia desta prática dos 2 principais estudos disponíveis deve ser discutida com estas mulheres para que possam tomar decisões informadas.

Entretanto, as mulheres devem prestar atenção a cada mudança que ocorre no seio. É possível que o aumento da consciência do próprio seio tenha contribuído para a redução da mortalidade que tem sido observada em alguns países.

Portanto, eles devem ser encorajados a buscar cuidados médicos se detectarem alguma mudança em seus seios.

Conclusões: dados de duas extensas investigações não sugerem um efeito benéfico da auto-palpação, ao contrário, sugerem um aumento dos danos, em termos de aumento do número de lesões benignas identificadas e biópsias realizadas.

No estado atual, o auto-exame com palpação mamária não pode ser recomendado".

Em resumo, os controles de rotina não reduzem a mortalidade, mas podem aumentar as intervenções e, portanto, não só seriam supérfluos, como também poderiam ter consequências prejudiciais.

A propensão para avaliação preventiva com a intenção de "evitar" algo não se justificaria. Pelo contrário, pode levar a danos devido ao diagnóstico excessivo e à medicalização; especialmente hoje, já que as curas estão melhorando continuamente.

Uma fonte italiana de medicina baseada em evidências é o site Evidencia.it: TABELA 1 "... para mulheres de qualquer idade, a auto-palpação não é recomendada.


Todos devem escolher o que os faz sentir mais fortes e seguros: alguns irão querer fazer todos os controles disponíveis, sentir-se serenos e em paz consigo mesmos; outros tentarão escapar de todo controle; outros estarão em uma posição intermediária, fazendo visitas somente quando for necessário saber o que está acontecendo no corpo, sem aquela angustiante e perpétua busca por uma "sentença de absolvição".

Independentemente de onde você queira se envolver, você deve conhecer tanto os riscos quanto os benefícios, a fim de fazer escolhas responsáveis, juntamente com seu médico, sobre o que é melhor para cada um de nós.