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Prevenção: fazer ou não fazer? Esse é o dilema...

Estamos no "Outubro Rosa"[1] e uma forte propaganda é proposta a favor da prevenção do "grande mal" do seio pelos meios de comunicação, apesar do fato de existirem várias evidências científicas que questionam sua eficácia (consulte os artigos da Revista que mencionam estudos transversais realizados para esse fim) [ITA].

Nesta ocasião, perguntei a mim mesmo, o que move dentro de si, o ser humano aderir a controles cada vez mais preventivos, numerosos e às vezes invasivos, apesar de gozar de excelente saúde.

O estímulo, às vezes a pressão, exercida pelos canais de informação que chegam até nossa casa? Provavelmente "Há alguém que se preocupa com a minha saúde e eu agendo o exame sem ter que pensar."

Você tem dificuldade em acessar e discernir informações mais específicas e detalhadas? Às vezes, quando em dúvida sobre o que é proposto ou recomendado, optamos por "fazer algo apenas para estar mais seguro".

Crenças enraizadas e "normas sociais"? Sem dúvida. Tendemos a nos mover no mundo de acordo com nossas crenças mais profundas e comportamentos coletivizados, de acordo com a fórmula do comportamento biológico-social "o mesmo acontece com todos" (tradução biológica: "ficar no grupo não me faz sentir isolado e aumenta a possibilidades de me salvar ").

O medo? ...certamente. Além de tantas explicações mentais que damos, cavando um pouco abaixo do véu da racionalidade, podemos dizer que o medo cobre 90% da razão real.
Mas o que há de concreto e cientificamente validado neste medo?

Baseia-se principalmente numa série de pressupostos, por vezes negados, que são transmitidos através de diferentes canais de informação que não são plenamente completos, exaustivos e que tomamos como boas... verdadeiras... absolutas, mesmo quando a evidência científica ainda não demonstrou sua veracidade (chamados que convidam a realizar exames de próstata com PSA e também para os ovários [ITA]).

Talvez com medo não se possa discutir?

Talvez esse medo não preveja um pensamento lógico racional para ser aliviado?

O medo é um sentimento visceral, profundo e instintivo, que se a razão fizesse falta para ativar os programas biológicos de sobrevivência, de ataque ou de fuga... já estaríamos extintos há muito tempo.

Faz parte do código de sobrevivência biológica e deve ser levado em conta que, como seres altamente condicionados, os medos ancestrais, baseados em eventos reais e concretos, adicionam medos diários baseados em percepções levemente alteradas da realidade [ITA] que nos rodeia.

Como seres humanos, temos a possibilidade, com um esforço a mais, de poder reconhecer se somos movidos por um medo real ou um medo subjetivo. Isso nos permite acessar a arte de discernir o que é mais útil e funcional para nós.

Então, considerando que o medo é automático, tentar convencê-lo seria um fracasso; é necessário agir de outra maneira, indiretamente, ou desmantelando, pouco a pouco, com verificações pessoais e fatos concretos, as crenças e convicções disfuncionais e debilitantes que os nutrem.

Mas como conseguir isso?

O primeiro passo é reconhecer que existe medo, o segundo é observá-lo, o terceiro é respeitá-lo.
Sim, apesar da evidência científica que eu confio para fazer uma série de considerações e raciocínio, eu tenho um grande temor do "grande mal" (como fui educado desde pequeno por meus pais, professores e médicos ou porque tive experiências mais ou menos diretas), então preciso levar em conta, aceitá-lo e observar quais pensamentos e ações ele me encoraja a fazer.

As decisões que tomo para a minha saúde não são nem corretas nem incorretas, são as mais úteis para mim em um momento específico, desde que eu me sinta na MINHA FORÇA, ou seja, que eu respeite tudo o que sou e o que sinto, independentemente de bons conselhos de amigos, familiares e protocolos estabelecidos.

Desde minha experiência com o "grande mal", me sinto fortemente alinhado com todos os temores que reconheço, levam muitas pessoas a buscar "absolvições" quando se expõem a controles periódicos.
No entanto, nestes anos também percebi que o problema não é o medo, senão o que considero perigoso.

O que percebemos como medo em relação à doença, hoje não tem quase nada a ver com o medo real determinado por uma necessidade biológica concreta.

O medo que temos da doença mesmo estando "saudáveis” é muito forte e bem estabelecido, caso contrário, não iríamos fazer controles preventivos.
O medo de estar constantemente em perigo (mesmo que seja saudável) é alimentado por uma sobreposição de crenças que se desenvolveram ao longo de nossas vidas, devido ao condicionamento do "grande mal". Sempre que palavras como "câncer ou metástase" são mencionadas, nosso inconsciente imediatamente nos projeta a cenários nefastos com final inescapáveis.

É por isso que, quando um diagnóstico importante é apresentado, sente-se sem saída, que não há como fugir.

Então o medo degenera em terror, com consequências que conhecemos bem à luz das 5 leis biológicas.

O conhecimento do nosso funcionamento como máquinas biológicas [ITA] nos permite distanciarmos do estado hipnótico do medo, porque sabemos passo a passo o que acontece com os tecidos envolvidos.
Nesse ponto, o dilema a que o título se refere se dissolve: tornar os controles uma prática que não é mais movida pelo medo e pela esperança quase "supersticiosa" de uma absolvição por parte do médico, mas sim torna-se uma ação consciente de exercer a "capacidade de fazer escolhas verdadeiramente funcionais" para nós, momento a momento.










[1] O artigo original em Italiano foi publicado em outubro de 2017.



Equipe de tradução e direção

5 Leis Biológicas Brasil

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