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Uma cura severa para a Itália: uma medicina à beira da extinção

Já Dissemos muitas vezes: as 5 Leis Biológicas não são apenas uma visão particular da medicina. Elas transformam a forma como olhamos para o mundo e muda nossa forma de lidar com a vida.

HISTÓRICO DE UM DIAGNÓSTICO, COMO MUITOS OUTROS

A Itália é uma mulher de cinquenta e poucos anos, bonita, animada, que infelizmente algo ruim aconteceu recentemente com ela.

Disseram que ela contraiu um vírus, e que este vírus está provocando um câncer. Disseram que não há tempo ou qualquer outra coisa a fazer: proceder rapidamente com a amputação máxima tolerável.

E, para prevenção, a dose máxima possível de quimioterapia. A Itália tem visto muitos amigos e parentes morrerem dessa forma, mas não pode fazer nada além de confiar, ter esperança e seguir em frente.

Se o tratamento é tão severo, isso só pode significar que a doença é muito mais perigosa!

NADA ESTÁ DISPONÍVEL: O SOBRE-TRATAMENTO

Ninguém deve se dar ao luxo de tomar as coisas como certas, especialmente quando sua vida está em jogo. Muito, muito mais do que qualquer outra ciência, a medicina está constantemente mudando de opinião e de direção (ITA), porque sabe muito pouco sobre o que está combatendo.

Como não se conhece nem a origem nem uma terapia de eficácia comprovada, lhe foi dito para agir o mais forte e rapidamente possível.

Mas não é necessário conhecer as 5 Leis Biológicas para perceber o risco de tal abordagem, na verdade o remédio de "máxima intervenção tolerável" não existe mais.

Isso era feito há 50 anos!

O desenvolvimento da Medicina Baseada em Evidências nas últimas décadas tem colocado um freio nessa abordagem violenta e irracional, trazendo para o centro das atenções os riscos da mentalidade intervencionista "mais forte e mais rápida possível", que pode trazer more harm then good, mais mal do que bem.

Por este motivo, a Sra. Itália deve assumir a responsabilidade por sua própria saúde (ITA) e decidir pelo seu melhor, sempre com base numa avaliação dos riscos e benefícios.

Assim como em alguns casos existem muitas e boas razões para parar a quimioterapia, também existem muitas e boas razões para soltar um regime marcial que por um lado está destruindo nosso tecido social, por outro não faz os resultados prometidos em termos de saúde, pelo contrário:

Após um mês de tratamento muito pesado e intransigente (supressão de toda atividade social e liberdades individuais), a Itália é o país com mais mortes no mundo (cerca de 15.000) e seu número não está diminuindo, especialmente na Lombardia que contabiliza metade de todas as mortes nacionais apesar de ter sido a primeira região a impor medidas severas.

Enquanto isso, a população é cada vez mais vítima da psicose: as pessoas têm medo de sair, não sabem com quantas máscaras cobrir o rosto, lamentam o vizinho que sai demais, lavam seus sacos de compras, acabam no médico por envenenamento por desinfetante.

Comportamentos que são resultado do medo e de um sentimento coletivo de culpa por não serem suficientemente eficazes, certamente não o resultado da ciência e da razão.

Agora que a Sra. Italia suportou algumas rodadas de quimioterapia, ela está frequentemente doente e se sentindo muito debilitada. Alguns médicos insistem porque pensam que, quando não se obtém os resultados desejados, é preciso aumentar cada vez mais a dose.

Mas a Itália ainda pode escolher o que fazer. Ela pode escolher a qualquer momento.

O que me custa mais? Continuo a me sentir doente com estes tratamentos ultra-agressivos, ou dou a mim mesmo a oportunidade de avaliar como me sinto e escolher o meu melhor?

A Itália não é obrigada a fazer nada, ela pode pedir uma segunda opinião, pode dizer "Já chega, isso é demais" (citando Raza, a famosa oncologista americana).

UMA MEDICINA QUE UTILIZA FERRAMENTAS ANTIGAS DE UTILIDADE LIMITADA

Faço esta metáfora porque é claro que a maioria da população está tomando como certo que a máxima amputação social que pode ser tolerada, como um regime militar que zera as liberdades individuais, é a melhor solução possível para a influência da Covid19.

Colocamos a cultura da guerra em todos os lugares, em todos os campos: na medicina, na economia, na educação, na agricultura... estamos acostumados a ela, não conseguimos nem imaginar alternativas, e agora estamos pagando um preço muito alto.

Ao invés disso, sempre deve ser estabelecido um limite, além do qual qualquer intervenção se torna contraproducente e até mesmo destrutiva.

Alguém já avaliou o limite do muito para a Sra. Itália com base em evidências científicas?

A partir de um artigo no New England Journal of Medicine:

À medida que o Covid-19 se espalha pelo mundo, os governos têm imposto quarentena e proibições de viagens em uma escala sem precedentes. A China tem bloqueado cidades inteiras e a Itália impôs restrições severas em todo o país. Nos Estados Unidos, milhares de pessoas foram legalmente colocadas em quarentena ou estão em "auto-quarentena".

[...] Entretanto, o número de casos e mortes continua a aumentar. A quarentena e a proibição de viagens são muitas vezes a primeira resposta a novas doenças infecciosas. Entretanto, essas ferramentas antigas são geralmente de uso limitado para doenças altamente transmissíveis e, se impostas com mão pesada demais, ou de forma aleatória demais, podem ser contraproducentes.

Com um vírus como o SARS-CoV-2, eles podem não fornecer uma resposta suficiente.

[...]
Apesar da amplitude e apelo das proibições de viagem e quarentena obrigatória, uma resposta eficaz ao Covid-19 requer novas e mais criativas ferramentas legais.

Com o Covid-19 em nossas comunidades, chegou a hora de imaginar e implementar leis de saúde pública que enfatizem o apoio e não as restrições. Fonte: New England Journal of Medicine


Trago também uma metáfora muito sugestiva de John Ioannidis, famoso epidemiologista, uma estrela no mundo da Medicina Baseada em Evidências:

Bloquear o mundo com conseqüências sociais e financeiras potencialmente enormes pode ser completamente irracional. É como um elefante sendo atacado por um gato doméstico. Frustrado e tentando evitar o gato, o elefante salta acidentalmente de um penhasco e morre. Fonte: STAT

O RESPEITO ÀS CRENÇAS

Se é verdade que alguns de nós enxergam as coisas desse ponto de vista, também é verdade que lá fora, especialmente neste momento, as pessoas estão sobrecarregadas por uma visão hipnótica completamente diferente dos fatos.

E Nós dizemos: esses medos e essa hipnose devem ser respeitados.

Discordamos de muitas das decisões tomadas e dizemos com firmeza, mas as regras da comunidade devem ser respeitadas.


Além disso, os representantes das instituições, devido ao atual nível de psicose atingido, mesmo que quisessem fazer de forma diferente, não teriam essa alternativa. Essas decisões são tão carregadas de responsabilidades que nenhum executivo (ou quase nenhum executivo) poderia se dar ao luxo, mesmo que quisesse, de refazer seus passos.

E se o fizesse, a população aterrorizada tentaria o linchamento.

Tivemos um exemplo disso no Reino Unido: embora o governo tivesse planejado uma abordagem ao Coronavírus típica da medicina britânica (less is more e wait and see), o pânico popular forçou-o em poucas horas a reverter sua política de saúde e "militarizar" as cidades.

Além disso, uma atitude política hiper-intervencionista é típica da medicina defensiva, também resumida por outra eminência da Medicina Baseada em Evidências, Peter C. Gøtzsche:

Nosso principal problema é que ninguém nunca terá problemas por ser muito severo. Eles só vão ter problemas se fizerem muito pouco. Assim, nossos políticos e aqueles que trabalham com saúde pública fazem muito mais do que deveriam.[...] Se acontecer da epidemia desaparecer em breve, haverá uma fila de pessoas que vão querer receber os créditos por isso. E pode ter certeza de que as medidas severas serão aplicadas novamente na próxima vez.Mas lembre-se da história do tigre:
"Por que você toca a buzina?" "Para manter os tigres afastados". "Mas aqui não há tigres". "Está vendo, funciona!"

Fonte: Corona: uma epidemia de pânico em massa…


Portanto, fiquemos atentos às comunidades que aparentemente conseguiram conter os excessos da psicose popular e que não implementaram medidas de distanciamento social, como é o caso da Suécia no momento, de maneira a termos uma referência para escolhas políticas tão difíceis no futuro.

E vocês verão que, quando as águas tiverem se acalmado, haverá muitos epidemiologistas que vão querer questionar as razões que nos levaram a esta catástrofe.

Nós que fazemos parte da Sra. Itália, mas que vivemos na impotência de uma visão diferente de saúde e medicina, uma visão que agora é minoritária e mal compreendida pelo cidadão comum, podemos agora buscar cultivar com ainda mais força um novo terreno interior, e ajudar outros que estão dispostos a fazê-lo, um terreno que irá brotar uma realidade que ainda ninguém pode imaginar.





Equipe de tradução e direção

5 Leis Biológicas Brasil

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