Parece que chegamos agora num planeta inóspito. E os nossos 2 milhões de anos de evolução nesse planeta? Será que agora, “do nada”, a natureza gera algo que nos coloca em uma posição de pânico e fragilidade como essa?

Me parece uma grande oportunidade para pensarmos que evolução estávamos fazendo. Qual a finalidade, à custa de que, com que relação e respeito com a natureza estamos nos movendo?

Um planeta tão abundante, com todos os tipos de recursos, funcionando harmonicamente seguindo uma lógica sistêmica (quem acha estranho recomendo os trabalhos de Lynn Margulis e Jan Sapp) com relações simbióticas nos mais diversos níveis. E aí a teoria Endossimbiose, onde verifica que somos compostos por muito mais do que células, temos pelo menos 39 trilhões de micróbios, eles mesmos, bactérias, VÍRUS, fungos, protozoários.

A maior parte dos nossos genes pertence a micróbios e a maioria das funções do nosso corpo é realizada por eles. Como a imunologista Dra Yasmine Belkaid costuma dizer, “somos apenas um invólucro”. Necessitamos desses micróbios pra sobreviver e nos proteger, necessários para o sistema imunológico, em nosso intestino, pele, pulmões. Com base nesses conhecimentos modernos da biologia é um convite a revermos o paradigma das infecções e contaminações.

Está muito claro, nesse momento atual que estamos vivendo, que nossas bases atuais de conhecimento “oficial” não contemplam e nem asseguram domínio sobre o tema e muito menos controle de suas variáveis.

A prova é a quantidade de informações desencontradas, imprecisas, testes que dão 80% de falso positivo sendo aplicados como se fossem atestados de infecção, leis que nos obrigam a seguir medidas preventivas mesmo sem haver qualquer evidência científica de que ela da fato nos protege, um caos, onde até mesmo os profissionais de saúde e pesquisadores, não sabem o que fazer e com o que estão lidando.

Olhando para a natureza, com essa noção sistêmica e de interdependência entre todos os organismos que aqui habitam, não podemos fechar os olhos para como estamos nos relacionando com essa natureza. Vivemos como se ela estivesse a nosso serviço e não nós que estivéssemos a serviço dela.

Desviamos um rio aqui, alagamos uma área ali, clonamos um animal, desmatamos florestas inteiras, poluímos oceanos... E aí volto à pergunta, qual a finalidade disso, à custa de que, com que relação e respeito com a natureza estamos nos movendo?

O homem “moderno” (se é que eu deveria chamar assim) é a única espécie que chegou em um estágio tal de “evolução” quem molda a natureza à sua “sobrevivência”, por que não dizer, conveniência. Enquanto outras espécie buscam moldar a sua sobrevivência à natureza.

O que lhe parece mais harmônico?

Estamos tendo nesse momento a natureza, a força da vida, reagindo incansável na busca do equilíbrio?

Como posso me relacionar com esse planeta, essa natureza tão íntegra, de uma maneira mais harmônica?

Reconhecendo a grandeza desse sistema e também sua sabedoria, onde não há nada que TEM QUE ser diferente, me faz naturalmente deixar de culpar, condenar, apontar, temer, e sim me observar e buscar de que forma eu posso me colocar numa posição de força e em sinergia, simbiose, com esse imenso sistema.

Não pensando que há algo lá fora me caçando, mas sim que parte de mim está fora de lugar que me “deslocou” desse grande sistema que me nutre. Penso e sinto, com essa prática e posição, que fica mais fácil encontrar estratégias, me torno autor e responsável pelo meu processo.

Estamos em um planeta que nos acolhe e não num planeta que TEM QUE me acolher, mas que é imensamente generoso nesse acolhimento. Assim, posso tomar o melhor de cada momento que estou aqui, conectado com as minhas escolhas e como elas me fazem sentir.

É um exercício que busco praticar constantemente e me faz sentir mais desperto, atento às congruências e incongruências. E me permite que quando algo começa a ficar fora dessa “coerência” eu possa parar, sentir e refletir. Mas a partir de um lugar que reconhece e que se alimenta de todo esse sistema, que chamei no texto de Natureza.